Curitiba, 26 de junho de 2025
Governo
cria expectativa irreal com o aumento
da
adição dos biocombustíveis nos combustíveis
Nota
informativa:
Em relação ao aumento dos
percentuais de biocombustíveis adicionados nos combustíveis, o Paranapetro vem
a público esclarecer:
É
completamente irreal a expectativa gerada pelo Governo Federal de baixa
significativa nos preços dos combustíveis.
Isto ocorre porque a
divulgação feita pelo governo ignora os componentes básicos da formação de
preços, sendo assim completamente desconectada com a realidade do mercado,
tanto na gasolina como no diesel.
GASOLINA
Na gasolina, o aumento do
percentual de etanol de 27% para 30%, se levarmos em conta somente os custos
publicados pela Petrobras e pelo CEPEA, terá um reflexo de no máximo um centavo
e meio para as distribuidoras de combustíveis. Vale salientar, ainda, que a
chegada desta redução mínima aos postos vai depender do repasse das
distribuidoras, conforme a modalidade de compra do etanol por parte de cada
companhia de distribuição. O etanol tem um mercado altamente volátil, com
variações diárias.
Outro ponto importante é que
o consumo de combustível dos veículos tende a aumentar com o aumento da mistura
de etanol na gasolina. Desse modo, a pequena baixa prevista, se é que venha a
acontecer, deve ser absorvida pelo gasto maior em volume de combustível
consumido pelos motores.
Ou seja, a medida não trará
nenhum refresco ao orçamento final dos consumidores.
DIESEL
No diesel, a elevação do
teor do biodiesel de 14% para 15% vai gerar um aumento de aproximadamente dois
centavos no custo final do diesel para as distribuidoras. Isto ocorre porque o
biodiesel é mais caro do que o diesel.
A medida agrava ainda um
problema já existente: o biodiesel, que é misturado ao diesel nas
distribuidoras, tem varias origens e nem sempre passa por um controle rígido de
qualidade e especificações. Com isso, ocorrem problemas de formação de borra em
tanques de caminhões e camionetes, o que gera entupimentos de bombas e outras
complicações mecânicos. Este quadro tende a se agravar com o aumento do
percentual para 15%.
MEDIDA
INEFICAZ
Em resumo, o Governo Federal
ignorou questões econômicas e técnicas na formatação de uma medida que não será
eficaz para o principal objetivo: reduzir preços.
Baixar impostos, que
consomem boa parte do preço pago na bomba, conforme dados da própria Petrobras,
seria a verdadeira solução. Atualmente, a carga média de impostos (somando
parcela federal e estadual), representa em média 28% do custo do diesel e 48% do
custo da gasolina.
PARANAPETRO
- Sindicato dos Revendedores de Combustíveis e Lojas de Conveniências do Estado
do Paraná.